sábado, 28 de novembro de 2009



A Logosofia adverte que a tristeza atrai a morte; mas ensina que a alegria é vida!

Se tem experimentado que a tristeza, o desgosto e até a indiferença deprimem e diminuem a força da vida, é inegável que também se tem podido experimentar que a alegria é vida; mas não a alegria externa, senão a que nasce do interno. Assim, que cada passo, cada ato, cada pensamento, enfim, tudo constitua em si uma alegria pura; e que essa alegria se exteriorize a toda hora, como se fosse a manifestação de sua própria vida. Alegria, sim. Mas como?
Falemos da alegria que surge de motivos superiores. Esta depende do cultivo de uma nova geração de conhecimentos: sobre a vida psicológica e moral, sobre evolução e conhecimento de si mesmo, sobre a vida espiritual e o mundo mental da Criação, sobre as Leis do Universo e o Criador... Quem isso realize seguramente passa a ver todas as coisas com outros olhos. Aprende a encontrar nos dons permanentes do espírito a felicidade que, em vão, o homem sempre buscou por todas as partes. (Dalmy Gama)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009



Já fui julgada
Até crucificada.
Já fui enaltecida
e muito amada.
Já fui certa e errada.
Já julguei e condenei.
Arrependi-me e me desculpei.
Já fiz de tudo um pouco
Porque meu verbo é solto.
Se sinto, preciso falar,
Se me incomoda
Tenho que questionar.
Mal interpretada costumo ser
Mas o que posso fazer
Quando preciso dizer
O que vai dentro do meu coração
E bole com a minha emoção.
Já fui injusta com quem não deveria ser
e cruel com quem fez por merecer.
Já fui bondosa e companheira.
Já fui até a enfermeira
De vidas que desabavam.
Já fui bombas que estouravam
Em meio a guerras devastadoras.
Já fui a doutora que curou
Um coração que se feriu por amor.
Já fui à personagem esquecida
E a atriz principal.
Já fui recatada e imoral.
Já fui alguém que o vento levou
E que trouxe, de volta, por um favor.
Já acertei e errei
Adoeci e me curei.
Já pedi e implorei.
Já cedi, vendi e dei.
Já me culpei e me torturei
Por tantas coisas que nem sei.
Já corri muito atrás
Mas era longe demais
E não consegui chegar.
Já rasguei lembranças
Que não prestavam mais.
Já remexi o lixo para achá-las
E de volta, na gaveta, colocá-las.
Já fiz de tudo um pouco
Afinal sou normal,
Só não posso revelar
O etc. e tal.


Quem consegue realizar as metas de sua alma é feliz e desperta admiração devido a sua integridade como pessoa. Não se consegue ser feliz valorizando mais a opinião dos outros do que seus próprios sentimentos
por Roberto Shinyashiki




Conselho
Eu sacudo minha saia.
Eu balanço meus cabelos.
Pego a areia da praia.
Sopro-a nos ventos. Eu saúdo o universo.
Eu movo um grão de areia.
Eu construo meu castelo.
Pedra parada, energia morta.
Flores murchas, teias na porta... Sacuda seus sonhos.
Mexa no céu. Tire seus desejos do papel. Conspire a seu favor.
Lágrimas de vítima não fazem nascer flor.
Mão na terra, mão que constrói.
Asas não têm destino você se conduz.
Escolha seu caminho. Voe sempre na luz.
Carolina Salcides


Se alguém te fala na rua,deitando lamentação,
não passes despercebido. Escute, que é nosso irmão...

Ouviste o parente em casa, gritando em voz de trovão?
Não te aborreças com isso. Tolera, que é nosso irmão...

Transformou-se o companheiro...Agora, rixa, brigão.
Não te afastes, nem censures. Suporta, que é nosso irmão...

O amigo a quem mais estimas ofendeu-te sem razão?
Não te dês ao derrotismo. Perdoa, que é nosso irmão...

Tiveste do adversário pedradas de ingratidão?
Calando, segue servindo. Desculpa, que é nosso irmão...

A quem te peça um favor, embora dizendo "não",
sem grito ou aspereza, atende, que é nosso irmão...

Diante de todo aquele que sofre na provação,
o Cristo pede em silêncio: ampara que é nosso irmão...

Joanna de Ângelis

Nosso passado fez nosso presente,é bagagem que se carrega,enquanto a vida nos leva...Folhas ao vento, somente. Para que o ontem não nos pese deve ter peso de pluma, pois não tem força nenhuma o suave sopro do vento!
E não queres o apodrecer lento, de musgo, seca e inerte folha morta,
enquanto o movimento é que suporta o respirar da floresta do tempo!

Lenise Marques



Folhas enrugadas e vividas flutuam no seu último vôo agrupam-se em finais
Sinais de renovação...Na nudez de galhos vivos agitam-se ante o vento frio
Saudando ou aquecendo-se espedindo e despindo-se da chuva quente da estação deixando o tapete crocante da transformação
De um ano intenso de clorofila
De uma embriagues de néctar
Das farras de borboletas e colibris
Para dar luz aos frutos
Para dar vez às sementes.
Baco Dionísio



Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo como "estou contente outra vez".

Caio Fernando Abreu


Repara na canção tardia que timidamente se eleva, num arrulho de fonte fria.O orvalho treme sobre a trevae o sonho da noite procuraa voz que o vento abraça e leva.Repara na canção tardiaque oferece a um mundo desfeitosua flor de melancolia.É tão triste, mas tão perfeito,o movimento em que murmura,como o do coração no peito.Repara na canção tardiaque por sobre o teu nome, apenas,desenha a sua melodia.E nessas letras tão pequenaso universo inteiro perdura.E o tempo suspira na alturapor eternidades serenas. Cecília Meireles



Que eu não perca o perfume das flores
a beleza das cores, a vontade de viver
mesmo que venha a sentir dores e desamores
mesmo assim...
Eu quero viajar no oceano de meus sonhos
tenho muito que viver, aprender...
Quero tentar um mundo mais bonito
onde se dizem te amo, amando.
Que não descartem as pessoas
apenas por querer...
Quero sorriso angelical das crianças,
poder ver esperanças
no olhar perdido de um idoso e ama-lo.
Quero ser mais gente que sou,
queria ter poderes mágicos
distribuir felicidade aos solitários,
não deixar o amor morrer!
Preciso conseguir...
Como eu não sei, porém tentarei!
Se consigo?!
Não sei, talvez!
( Joe Luigi )



É mais forte que a dor
A partir daí, já transformada em força espiritual, a alegria acompanhará os nossos passos; não mais como as ondas que vão e voltam, mas como o azul do mar, que jamais perde a sua cor.

Quando a lágrima tiver que anunciar o nosso pranto, a alegria pode dar um passo atrás para permitir que aprendamos com o sofrimento. Mas continuará acenando com o seu leve sorriso para nos dizer que não foi embora, e para nos lembrar que a felicidade é sempre mais forte do que a dor. (Jarbas Mattos)


Algumas pessoas apenas com a chegada da idade começam a reconhecer certas coisas que deveriam ter sido percebidas antes, como desfrutar da simplicidade e não do supérfluo, preocupar-se mais com suas vidas...
Reconhecerão ainda que tarde, que sua inveja fora tamanha que a fizeram acreditar o contrário...
Que a paz que tanto almejam não está em uma sala vazia e calma e sim no meio de muitos afazeres sossegados...
Autora: Babi



Atualmente existem pessoas que tem fé no Sutra de Lótus. Entretanto alguns crêem em como chamas ardentes, enquanto outros como a água corrente. Quando os primeiros ouvem sobre o Budismo, entusiasmam-se como o fogo, mas quando permanecem afastados, são dominados pela mente disposta a abandonar a fé. Como água corrente - significa crer continuamente sem nunca retroceder. (Nitiren Daishonin).


Amo a vida.Fascina-me o mistério de existir. Quero viver a magia de cada instante. Embriagar-me de alegria. Que importa a nuvem no horizonte, chuva de amanhã? Hoje o sol inunda o meu dia... _Helena Kolody_






PASSADO
Segue. Não te detenhas nas sombras que se foram. Angústia e depressão? Não desperdices tempo. Fita a luz da manhã renovando-te a senda. Faze o bem que puderes prestigiando as horas. Ama, serve e perdoa.Foge à tristeza inútil. O que passou pertence aos domínios de Deus...
EMMANUEL

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Ilha



Pedra encalhada
Na mini-baía de praia pequena
Divide as ondas
Em pororocas e mareias
Como proa
Navega na imaginação
No tombadilho da insolação
Do tato que à pele queima
Pururucas de excesso de calor
Pululam insetos em brotoejas de dor
Que o sal da água saboreia
No horizonte cristas de caudas
Que a febre enxerga e vilipendeia
Aponta e explica, não titubeia
Na cadeira de praia o livro
É o diário de bordo do capitão sem eira
Que enfrenta os mares da beira
Sem rum, sem pernas de pau
Sem gancho ou papagaio perneta
Sua luneta é digital
E não vê, registra e grava,
Traz para o real o que vagueia
Na garganta seca um gole
De água de coco e cheiro de areia.

Baco Dionísio

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Argila



Nascemos um para o outro, dessa argila
De que são feitas as criaturas raras;
Tens legendas pagãs nas carnes claras
E eu tenho a alma dos faunos na pupila...
Às belezas heróicas te comparas
E em mim a luz olímpica cintila.
Gritam em nós todas as nobres taras
Daquela Grécia esplêndida e tranqüila...
É tanta a glória que nos encaminha
Em nosso amor de seleção, profundo,
Que (ouço ao longe o oráculo de Elêusis),
Se um dia eu fosse teu e fosses minha,
O nosso amor conceberia um mundo
E do teu ventre nasceriam deuses...

Raul de Leoni

sexta-feira, 24 de julho de 2009



Conta-se que seis homens ficaram presos numa caverna por causa de uma avalanche de neve.
Teriam que esperar até o amanhecer para receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam.
Eles sabiam que se o fogo apagasse todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.
O PRIMEIRO homem era racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então, raciocinou consigo mesmo: "aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro". E guardou-a protegendo-a dos olhares dos demais.
O SEGUNDO homem era um rico avarento. Estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu um homem da montanha que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele calculava o valor da sua lenha e, enquanto sonhava com o seu lucro, pensou: "eu, dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso", nem pensar.
O TERCEIRO homem era negro. Seus olhos faiscavam de ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou de resignação que o sofrimento ensina. Seu pensamento era muito prático: "é bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem". E guardou suas lenhas com cuidado.
O QUARTO homem era um pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve.
Este pensou: "esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha."
O QUINTO homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) Para pensar em ser útil.
O ÚLTIMO HOMEM trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido. "Esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos gravetos".
Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e, finalmente apagou.
No alvorecer do dia, quando os homens do socorro chegaram à caverna encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse: "o frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro".

Não deixe que a friagem que vem de dentro MATE você.
Abra o seu coração e ajude a aquecer aqueles que o rodeiam.
Não permita que as brasas da esperança se apaguem nem que a fogueira do otimismo vire cinzas.
CONTRIBUA COM SEU GRAVETO DE AMOR E AUMENTE A CHAMA DA VIDA ONDE QUER QUE VOCÊ ESTEJA.


Vivia um monge nas proximidades do templo de Shiva. Na casa em frente, morava uma prostituta. Observando a quantidade de homens que a visitavam, o monge resolveu chamá-la.

_Você é uma grande pecadora, repreendeu-a. Desrespeita a Deus todos os dias e todas as noites. Será que você não consegue parar e refletir sobre a sua vida depois da morte?

A pobre mulher ficou muito abalada com as palavras do monge, com sincero arrependimento orou a Deus, implorando perdão. Pediu também que o Todo-Poderoso a fizesse encontrar uma nova maneira de ganhar o seu sustento.
Mas não encontrou nenhum trabalho diferente. E, após uma semana passando fome, voltou a prostituir-se. Mas, cada vez que entregava seu corpo a um estranho, rezava e pedia perdão.

O monge, irritado porque seu conselho não produzira nenhum efeito, pensou consigo mesmo: “A partir de agora vou contar quantos homens entram naquela casa até o dia da morte dessa pecadora”.
E desde esse dia, ele não fazia outra coisa a não ser vigiar a rotina da prostituta: a cada homem que entrava, colocava uma pedra num monte.
Passado algum tempo o monge tornou a chamar a prostituta e lhe disse:

_Vê esse monte? Cada pedra dessas representa um dos pecados morais que você cometeu, mesmo depois de minhas advertências. Agora torno a dizer cuidado com as, mas ações!
A mulher começou a tremer, percebendo como se avolumavam seus pecados. Voltando para casa, derramou lagrimas de sincero arrependimento, orando:

_Ó Senhor, quando Vossa misericórdia irá me livrar desta miserável vida que levo?
Sua prece foi ouvida. Naquele mesmo dia, o anjo da morte passou pela sua casa e a levou. Por vontade de Deus, o anjo atravessou a rua e também carregou o monge consigo.

A alma da prostituta subiu imediatamente ao céu, enquanto os demônios levaram o monge ao inferno. Ao cruzarem no meio do caminho, o monge viu o que estava acontecendo, e clamou:

_Ó Senhor, essa é a tua justiça? Eu, que passei a minha vida em devoção e pobreza, agora sou levado ao inferno, enquanto essa prostituta, enquanto essa prostituta, que viveu em constante pecado, está subindo ao céu.
Ouvindo isso, um dos anjos respondeu:

_São sempre justos os desígnios de Deus. Você achava que o amor de Deus se resumia a julgar o comportamento do próximo. Enquanto você enchia seu coração com a impureza do pecado alheio, esta mulher orava fervorosamente dia e noite. A alma dela ficou tão leve depois de chorar que podemos levá-la até o paraíso. A sua alma ficou tão carregada de pedras que não conseguimos fazê-lo subir até o alto.

SAWABONA



Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.
O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.

A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal. A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.

As pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas aprendendo a conviver melhor com elas mesmas. O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.
O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.
E ela só é possível para aqueles que conseguem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.

Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado. Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...

Caso tenha ficado curiosa em saber o significado de SAWABONA, é um cumprimento usado no sul da África quer dizer "EU TE RESPEITO, EU TE VALORIZO, VOCÊ É IMPORTANTE PRA MIM".

Catarse



Embora não pareça à primeira vista, minha natureza é reservada. O que induz meu interlocutor ao erro porque projeto uma imagem que parece não se enquadrar em mim.
Muitos podem supor, pela vibração das sonoras gargalhadas, que sou extrovertida, segura e aberta. Meu pai costumava me chamar de "carcamana". Apesar de neta de libaneses, quem sabe, "mezzo napolitana, mezzo britânica". Não sou nem uma coisa, nem outra. E ao mesmo tempo, trago um pouco dessa Torre de Babel, uma espécie de nações unidas na alma. Talvez eu pudesse ser uma pessoa extremamente comum, desprovida de
qualquer interesse específico, superficial até, não fosse meu "lado B".
Descubro "lados B" a todo tempo. E isso me intriga, encanta, assusta e muitas vezes, nem sei que nome dar ao que acontece. Acho engraçado imaginar meu mundo interno como uma gaveta desarrumada que ao organizar me faz ver o que julgava perdido. Vasculho as peças misturadas e lá está! Uma parte de mim que não via há tanto tempo!
E ali! Aquela lembrança que me retratou um dia surge como uma echarpe colorida envolta em papel de seda. Há que ter cuidado ao embalar os nossos cacos. Um dos comentários que recebi, em um dos meus textos, lançou luz à idéia desta "gaveta desarrumada".
A intenção do comentarista era escrever "catarse", mas por um lapso abençoado, emerge o erro que me conduziu à resposta: "catar-se".

É isso! A verdade pode ser simples: procuro "catar-me".

Meus cacos testemunharam tantas perdas. Sigo e recolho um a um. Não esqueço o que perdi. No entanto, preciso respirar outra vez. Emergir e recriar a mim mesma.
E ao contar este "catar-se", mais uma vez, a catarse se dá!

Dolce Vita


Catarse é o método que visa a eliminar perturbações psíquicas, excitações nervosas, tensões, angústia, através da provocação de uma explosão emocional ou de outras formas, e baseando-se na rememorização da cena e de fatos passados que estejam ligados àquelas perturbações. Ajuda o indivíduo a obter controle emocional e a enfrentar os problemas da vida. De acordo com Aristóteles, a palavra catarsis significa "limpeza da alma".


Nego submeter-me ao medo,
Que tira a alegria de minha liberdade,
Que não me deixa arriscar nada,
Que me torna pequeno e mesquinho,
Que me amarra,
Que não me deixa ser direto e franco,
Que me persegue,
Que ocupa negativamente a minha imaginação,
Que sempre pinta visões sombrias.
No entanto, não quero levantar barricadas por medo do medo.
Eu quero viver, não quero encerrar-me.
Não quero ser amigável por medo de ser sincero.
Quero pisar firme porque estou seguro.
E não porque encobri meu medo.
E quando me calo, quero fazê-lo por amor.
E não por temer as conseqüências de minhas palavras.
Não quero acreditar em algo só por medo de acreditar.
Não quero filosofar por medo de que algo possa atingir-me de perto.
Não quero dobrar-me só porque tenho medo de não ser amável.
Não quero impor algo aos outros, pelo medo de que possam impor algo a mim.
Por medo de errar não quero tornar-me inativo.
Não quero fugir de volta para o velho, o inaceitável, por medo de não me sentir seguro no novo.
Não quero fazer-me de importante porque tenho medo de que senão poderia ser ignorado.
Por convicção e amor quero fazer o que faço e deixar de fazer o que deixo de fazer.
Do medo quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor.
E quero crer no reino que existe em mim.
Rudolf Steiner


Contam as tradições populares da Índia, que existia uma serpente venenosa em certo campo. Ninguém se aventurava a passar por lá, receando-lhe o assalto. Mas um santo homem, a serviço de Deus, buscou a região, mais confiado no Senhor que em si mesmo. A serpente o atacou, desrespeitosa. Ele dominou-a, porém, com o olhar sereno e falou:

- Minha irmã, é da Lei que não façamos mal a ninguém. A víbora recolheu-se, envergonhada.
Continuou o sábio o seu caminho e a serpente modificou-se completamente. Procurou os lugares habitados pelo homem, como desejosa de reparar os antigos crimes. Mostrou-se integralmente pacífica, mas desde então, começaram a abusar dela. Quando lhe identificaram a submissão absoluta, homens, mulheres e crianças davam-lhe pedradas. A infeliz recolheu-se à toca, desalentada.
Vivia aflita, medrosa, Desanimada. Eis, porém, que o santo voltou pelo mesmo caminho e deliberou visitá-la. Espantou-se, observando tamanha ruína. A serpente contou-lhe, então, a história amargurada. Desejava ser BOA, afável e carinhosa, mas as criaturas perseguiam-na e apedrejavam-na. O sábio pensou, pensou e respondeu após ouvi-la:

- Mas, minha irmã, houve um ENGANO de tua parte. Aconselhei-te a não morderes ninguém, a não praticares o assassínio e a perseguição, mas não te disse que evitasses de assustar os MAUS. Não ataques criaturas de DEUS, nossas irmãs no mesmo caminho da vida, mas defende a tua cooperação na obra do Senhor.
Não mordas, nem firas, MAS É PRECISO MANTER O PERVERSO A DISTÂNCIA, MOSTRANDO-LHE OS TEUS DENTES E EMITINDO OS TEUS SILVOS.
Livro “OS MENSAGEIROS” Ditado pelo Espírito de André Luiz

sexta-feira, 17 de julho de 2009



"Por que as pessoas escrevem? Já me fiz tantas vezes esta pergunta que hoje posso respondê-la com a maior facilidade. Elas escrevem para criar um mundo no qual possam viver. Nunca consegui viver nos mundos que me foram oferecidos: o dos meus pais, o mundo da guerra, o da política. Tive de criar o meu, como se cria um determinado clima, um país, uma atmosfera onde eu pudesse respirar, dominar e me recriar a cada vez que a vida me destruísse. Esta é a razão de toda obra de arte.”
 
Anaïs Nin

terça-feira, 14 de julho de 2009




A vida é cheia de marés, mas corremos muitas vezes o risco de ficar enredado nos conflitos quando não ouvimos o chamado da alma. O processo pode não ser bem entendido quando estamos num meio de um furacão pessoal.
Podemos ficar com pena de nós mesmos, com raiva e melindrados quando as coisas não saem do jeito que queremos, mas sempre que nos deparamos com algum conflito pessoal em nossas relações, estamos honrando o velho processo de escolha. Você pode até se perguntar: puxa, por que escolhi esses colegas de trabalho, ou por que não consigo me relacionar bem com minha mãe?... Os questionamentos existenciais podem ser muitos, porém a alma reconhece o esquema organizado e funcional que permeia a sua estada vital aqui e agora. Mas, no silêncio da consciência, reconhecemos um destino perfeitamente estruturado.
Vivian Weyrich

domingo, 12 de julho de 2009




Não Acredito em barbeiros
Um homem foi ao barbeiro. E enquanto tinha seus cabelos cortados conversava com ele. Falava da vida e de Deus. Dai a pouco, o barbeiro incrédulo não agüentou e falou:
- Deixa disso, meu caro, Deus não existe!
- Por quê?
- Ora, se Deus existisse não haveria tantos miseráveis, passando fome! Olhe em volta e veja quanta tristeza. É só andar pelas ruas e enxergar!
- Bem, esta é a sua maneira de pensar, não é?
- Sim, claro!
O freguês pagou o corte e foi saindo, quando avistou um maltrapilho imundo, com longos e feios cabelos, barba desgrenhada, suja, abaixo do pescoço. Não agüentou, deu meia volta e interpelou o barbeiro:
- Sabe de uma coisa? Não acredito em barbeiros!
- Como?
- Não acredito. Pois se existissem barbeiros, não haveria pessoas de cabelos e barbas compridas!
- Ora, eles estão assim porque querem. Se desejassem mudar, viriam até mim!
Ao que o homem respondeu:
- Entendeu agora?

sexta-feira, 10 de julho de 2009



O homem disse que tinha de ir embora - antes queria me ensinar uma coisa muito importante:
- Você quer conhecer o segredo de ser um menino feliz para o resto da vida?.
- Quero - respondi.
O segredo se resumia em três palavras que ele pronunciou com intensidade, mãos nos meus ombros e olhos nos meus olhos:
- Pense nos outros.
(Fernando Sabino, no livro " o menino no espelho"


Tudo que existe tem razão de ser.
Parta deste princípio: se Deus permite que tal coisa
exista é por que há razão para isso. Nunca se oponha a essa razão.
Procure compreendê-la e aceitá-la.
Até o que parece um mal pode ser um bem.
Uma divina e profunda sabedoria dirige tudo.
Nada se dá ao acaso, mesmo as menores ocorrências.
Acredite firmemente nisso. Mais ainda: Ela é amorosa.
Quer única e exclusivamente o seu bem.
Ame-a. Respeite-a. Só um amor maior entende e
devassa a intimidade da vida.
(L.Lopes)

quinta-feira, 9 de julho de 2009



O leite fresco demora em coalhar; assim, os maus atos nem sempre trazem resultados imediatos. Esses atos são como brasas ocultas nas cinzas e que, latentes, continuam a arder até causar grandes labaredas.
(Sakyamuni).


Canto logo existo
porque o amor não espera
e o coração tem fome
canto logo existo
porque nego tudo que me soa falso
pq rezo pelo sucesso do mundo
canto logo existo
pq sigo a intuição
que me diz que sou
homem e fraco
canto logo existo
pq odeio injustiça
e desconfio dos
politicamente corretos
canto logo existo
pq não acho que a vida seja óbvia
e não acredito em caminhos
pré-estabelecidos
canto logo existo
pq muitas vezes
o certo está errado
e o errado está certo
canto logo existo
pq detesto a hipocrisia
dos homens que se dizem santos
canto logo existo
pq seria mais fácil
se apenas existíssemos
e cantássemos
canto logo existo
pq sei que a vida não é infinita
e não há nada a fazer
senão cantar e existir.


"...Avança um pouco para que eu
consiga recuar.
Transborda um tanto a minha taça para que eu possa esvaziar.
Rasga de leve o teu silêncio para que eu aprenda a me calar.
Articula algumas afirmações para que eu aprenda a me negar.
Fica da minha altura para que eu não tenha que me esticar.
Equilibra assim os nossos pratos para além de nossa guerra de egos.
... E só então, em plenitude e verdade,
eu poderei te amar."


“Todos os dias deveríamos
ouvir um pouco de música,
ler uma boa poesia,
ver um quadro bonito e,
se possível, dizer algumas palavras sensatas."
Goethe

quarta-feira, 8 de julho de 2009




“Eu te desejo não parar tão cedo
Pois toda idade tem prazer e medo
E com os que erram feio e bastante
Que você consiga ser tolerante
Quando você ficar triste
Que seja por um dia, e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom, muito bom...
Eu te desejo, muitos amigos
Mas que em um você possa confiar
E que tenha até inimigos
Pra você não deixar de duvidar
Eu desejo que você ganhe dinheiro
Pois é preciso viver também
E que você diga a ele, pelo menos uma vez,
Quem é mesmo o dono de quem
Eu desejo que você tenha quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar.



Quando você se dirige ao mundo interior não é para escapar do barulho incessante das ações, exigências e confusões dos outros. Também não é para se alienar dos acontecimentos e das pessoas. Quando você se dirige ao mundo interior é para fertilizar seu solo interno, onde todas as suas virtudes e poderes podem brotar, crescer e desabrochar. Quando você está bem alimentado por dentro, não se torna um pedinte de amor ou de respeito porque você sabe ser seu próprio amigo e amigo dos outros.


Que a feiúra da indelicadeza dos outros possam me impelir a me fazer belo com a bondade.
Possam os modos grosseiros dos meus companheiros lembrar-me de usar palavras doces, sempre. Se pedras de mentes pecadoras forem arremessadas contra mim, permita-me enviar de volta apenas mísseis de boa-vontade. Assim como o jasmim deixa cair suas flores sobre as mãos que portam machados e que golpeiam suas raízes, assim, sobre todos aqueles que agem hostilmente contra mim, possa eu derramar flores de perdão.

Paramahansa Yogananda, "Whispers From Eternity".

segunda-feira, 6 de julho de 2009


Ħσjε мε đεi cσŋτα đε qυε αs ρεssσαs
vivεм α εsρεrαr ρσr αlgσ
Є qυαŋđσ sυrgε υмα σρσrτυηiđαđε
Sε đizεм cσŋfυsαs ε đεsρrεραrαđαs,
Sεŋτεм qυε ŋãσ мεrεcεм,
Qυε σ τεмρσ cεrτσ αiŋđα ŋãσ cђεgσυ,
Є α viđα ραssα ε σs мσмεŋτσs sε αcυмυlαм
Cσмσ ραρέis sσbrε υмα мεsα.
Єsταмσs ŋσs ρrεραrαŋđσ ραrα qυαlqυεr cσisα
Μαs αiηđα ŋãσ αρrεŋđεмσs α vivεr,
A αrriscαr ρσr αqυilσ qυε qυεrεмσs,
A sεŋτir αqυilσ qυε sσŋħαмσs.
Є αssiм αđiαмσs ŋσssσs điαs
Є ŋσssαs viđαs ρσr τεмρσ iŋđετεrмiŋαđσ
Aτέ qυε α viđα sε εŋcαrrεgυε đε đεciđir
ρσr ŋós мεsмσs,
Є ρεrcεbεмσs σ qυαŋτσ ρεrđεмσs
Є σ ταŋτσ qυε ρσđεríαмσs τεr εviταđσ.
          Ŧεrŋαŋđσ Pεssσα

Começando Hoje!



Hoje estou começando uma nova fase, por isso mesmo criei esse espaço para guardar lindos textos que gosto de colecionar, escrever, assim como dividir os muitos que recebo de pessoas amigas. Como adoro escrever aqui colocarei minhas impressões sobre a vida.