quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Ilha



Pedra encalhada
Na mini-baía de praia pequena
Divide as ondas
Em pororocas e mareias
Como proa
Navega na imaginação
No tombadilho da insolação
Do tato que à pele queima
Pururucas de excesso de calor
Pululam insetos em brotoejas de dor
Que o sal da água saboreia
No horizonte cristas de caudas
Que a febre enxerga e vilipendeia
Aponta e explica, não titubeia
Na cadeira de praia o livro
É o diário de bordo do capitão sem eira
Que enfrenta os mares da beira
Sem rum, sem pernas de pau
Sem gancho ou papagaio perneta
Sua luneta é digital
E não vê, registra e grava,
Traz para o real o que vagueia
Na garganta seca um gole
De água de coco e cheiro de areia.

Baco Dionísio