sexta-feira, 21 de outubro de 2011


E então ela estava ali parada pensando...Não sabia quando foi que tudo começara...Porque que deixou de se relacionar com as pessoas que gostavam dela, porque passou a prejudicar pessoas só porque não se conformava com a sorte que elas tinham em suas vidas? Porque sentia tanta inveja e ciúme do modo de viver dos outros? Porque o “ódio” insistia em seu coração? Pois por mais que o disfarçasse entre um carinho ou outro pelos netos não apagaria seus atos remotos de difamação e calúnia que cometera insanamente em relação a pessoas que lhe confiara segredos...Seria isso tudo realmente necessário? Seria realmente melhor em que? Não teria dado uma dimensão equivocada aos acontecimentos? Quantos “porquês"?
Com o olhar triste no espelho reparava sua pele desgastada pelo tempo, pela expressão forçada de risos...Pelas cobranças inevitáveis da vida...
Estava perdendo o controle e agora mais longe... Seria tão bom restabelecer o contato com sua mente e encontrar respostas e soluções para o fato de ter nascido uma pessoa tão amarga a ponto de ter se tornado tão solitária, comandada pelos filhos no final da vida e sem nenhuma amiga que é geralmente um ponto de apoio que muitas vezes nos dá motivos para sorrir...
Agora o fato é que os outros estão lá vivendo suas vidas e seguindo o caminho do bem e ela ali fazendo o mal pelo mal...Como consertaria isso tudo? (Trecho do livro – O dia em que deixei de ser amiga do mundo)