A maior parte dos dramas que se
promovem no seio familiar é produto inequívoco das incompreensões mútuas ou,
mais precisamente ainda, da falta absoluta de conhecimento, sobre os elementos
básicos que configuram o edifício das relações matrimoniais. Dramas que muitas
vezes degeneram em tragédias ou separações definitivas, quando o amor-próprio,
sempre acompanhado de intolerância, violência, obstinação, oprime o amor até
asfixiá-lo, esse mesmo amor que um e outro entre si juraram como eterno.
Existem muitíssimos casamentos que
se mantêm de pé, apesar dos vendavais que suportam. Entretanto, aqueles que
protagonizam esses casamentos raramente superaram os conflitos provenientes da
disparidade de caracteres, mediante o respeito consciente aos princípios que
regem a vida matrimonial.
Encarar com êxito a grande experiência
do matrimônio pressupõe um conhecimento cabal da magna arquitetura espiritual
que estrutura suas bases morais com fórmulas e regras sublimes de conduta;
fórmulas que enobrecem a alma dos seres embelezam o panorama da vida conjugal,
dignificam a espécie e abrem, para os corações humanos, as portas da confiança
nos desígnios do sentimento, tantas vezes
menosprezado e ultrajado pela incompreensão. Carlos Bernardo González Pecotche
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