segunda-feira, 12 de outubro de 2009



Já fui julgada
Até crucificada.
Já fui enaltecida
e muito amada.
Já fui certa e errada.
Já julguei e condenei.
Arrependi-me e me desculpei.
Já fiz de tudo um pouco
Porque meu verbo é solto.
Se sinto, preciso falar,
Se me incomoda
Tenho que questionar.
Mal interpretada costumo ser
Mas o que posso fazer
Quando preciso dizer
O que vai dentro do meu coração
E bole com a minha emoção.
Já fui injusta com quem não deveria ser
e cruel com quem fez por merecer.
Já fui bondosa e companheira.
Já fui até a enfermeira
De vidas que desabavam.
Já fui bombas que estouravam
Em meio a guerras devastadoras.
Já fui a doutora que curou
Um coração que se feriu por amor.
Já fui à personagem esquecida
E a atriz principal.
Já fui recatada e imoral.
Já fui alguém que o vento levou
E que trouxe, de volta, por um favor.
Já acertei e errei
Adoeci e me curei.
Já pedi e implorei.
Já cedi, vendi e dei.
Já me culpei e me torturei
Por tantas coisas que nem sei.
Já corri muito atrás
Mas era longe demais
E não consegui chegar.
Já rasguei lembranças
Que não prestavam mais.
Já remexi o lixo para achá-las
E de volta, na gaveta, colocá-las.
Já fiz de tudo um pouco
Afinal sou normal,
Só não posso revelar
O etc. e tal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário